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25/02/2019
Cama compartilhada: pode ou não pode?
Psicologia
A chegada de um bebê mobiliza a vida de um casal e implica muitas mudanças. Frente a um momento cheio de ansiedades e no desejo de tomar um cuidado adequado, alguns pais decidem colocar a criança para dormir na mesma cama que eles. No entanto, talvez os pais não saibam das consequências que essa atitude tem para o bebê. A prática da cama compartilhada entre mães, pais e bebês é um hábito condenado, pois pode causar acidentes fatais, principalmente devido ao risco de morte súbita do recém-nascido. Existe um alto o risco de sufocamento do bebê. Deixar os bebês na cama junto aos pais pode ser mais cômodo, mas também é mais perigoso. Uma alternativa é deixar o bebê em um berço ou moisés ao lado da cama dos pais durante os primeiros meses de vida dele, inclusive para que os pais possam intervir quando necessário. Contudo, estar próximo não deve ser na cama junto com eles, e esse é apenas um dos conflitos sobre esse tema.
Também é necessário refletir sobre os aspectos emocionais. Vamos pensar: quando a criança dorme na cama dos pais, junto com ambos ou somente com um deles, a criança ocupa um lugar na família que não é o dela. E quem geralmente dorme com a mãe? O pai, correto? E no caso de pais separados, poderá ser um companheiro da mãe, por exemplo. Ou vice-versa. Portanto, estamos falando de um casal que dorme junto. E porque um casal dorme junto? Um casal dorme junto para ter intimidade, a ponto de haver relação sexual. O casal precisa de momentos a sós a fim de estreitar suas relações. Então, cabe se questionar: porque a criança dorme na cama dos pais? Que relação é essa entre mãe e filho(a) ou pai e filho(a) que é necessário dividir o espaço de intimidade, inclusive sexual, do casal? Certamente a maioria dos pais que compartilha a cama com seus filhos não faz essa reflexão e não tem ideia das implicações.
Pais e filhos devem ter cada um seu próprio espaço, a fim de preservar a intimidade do casal e a hierarquia familiar, definindo os papéis que competem a cada um. Quando a criança dorme com os pais, a vida sexual do casal fica prejudicada e o desenvolvimento emocional da criança também. A estada da criança na cama dos pais transmite a ideia de que ela não é capaz de crescer, de ter autonomia e independência. É como se a criança ainda fosse um bebê, totalmente dependente dos cuidados dos pais, já que nem dormir sozinha lhe é permitido ainda. Como consequência identifica-se crianças inseguras, imaturas, dependentes e com uma série de medos. Além disso, em geral, quanto mais tempo a criança é mantida na cama dos pais, mais difícil é fazer a transição depois.
Portanto, cama compartilhada não é indicado. Se você vive esse conflito em casa, procure um psicólogo para auxiliá-lo.
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Psicóloga (CRP 07/18079), graduada pela PUCRS. É especialista em Saúde da Criança e do Adolescente (RIMS/HCPA) e especialista em Psicologia Hospitalar (HMV e HCPA).
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